NATAL: JESUS O REDENTOR DA
HUMANIDADE
LC 2.1-20
Por Edmilson
Robadel Fernandes
Pr. José
Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
1. Pouco a pouco vemos o verdadeiro espírito do Natal se
perder. Perde-se em meio a uma indomável pressão do consumismo, uma pesada
indução à glutonaria e à bebedeira, e uma incontrolável invasão de elementos
pagãos, numa festa que deveria ser essencialmente cristã.
2. Ficamos estarrecidos ao ver o Papai Noel, roubando a
cena no menino Jesus e virando o protagonista da festa. Árvores de natal
espetaculares, presépios luxuosos e estereotipados, festivais gastronômicos,
contrastam com aquela noite em Belém, com a fragilidade do Deus que se fez
bebê, com a alegria perplexa dos pais, com a simplicidade dos pastores, com a
modéstia da estrebaria, com a humildade da manjedoura, com a adoração dos magos
e com o louvor perfeito dos anjos.
3. Não podemos nos deixar possuir por um espírito pagão
de Natal. Devemos protestar contra os desvios do puro espírito do Natal. Para
isso, não será preciso chutar ou bater em Noel (o velho Nicolau). Isso
aceleraria ainda mais sua entronização definitiva. Nem precisamos abandonar o
costume de dar presentes, de festejar com alegria, ceias e enfeites.
Transformaríamos o Natal num funeral. O que devemos fazer, isto sim, é reeditar
e recontar a original e boa história e mensagem do nascimento do Salvador; e
recolocar e restabelecer a primazia e centralidade do menino-Deus, homenageado
exclusivo da festa.
Vejamos:
“ALGUMAS VERDADES IMPORTANTES
SOBRE O NATAL DE CRISTO”:
I. NATAL É CELEBRAÇÃO DE
ALEGRIA
1. Os anjos anunciaram as “Boas Novas de Grande Alegria”,
que seria para todo o povo,
Lc
2.10,
“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande
alegria, que será para todo o povo”. A alegria de toda a terra chegou. Não é
preciso estimulantes artificiais alcoólicos para criar a alegria do Natal.
2. Jesus é a suficiente fonte de alegria. Quem já recebeu
em sua vida o presente de Deus, tem motivo de sobra para regozijar-se. Paulo
Escrevendo aos Romanos afirmou:
“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”, Rm 14.17.
Se alguém recebeu o reino de Deus, automaticamente
recebeu a alegria contagiante do reino.
3. Porém um dos aspectos do Reino de Deus é que esta
alegria deve ser compartilhada, o júbilo deve ser repartido com outros,
At
15.3,
“E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria,
contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos”.
II. NATAL É INSPIRAÇÃO PARA A
PAZ
1. Os anjos também anunciaram paz na terra entre os
homens de boa vontade,
Lc
2.14,
“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens”.
Indultos são concedidos e tréguas são firmadas por causa
do Natal. Este é um bom momento para reconciliação, perdão e misericórdia.
Jesus veio a este mundo promover reconciliação. Ele é o Príncipe da Paz.
2. Só a chegada de Jesus ao mundo e em cada coração, é
que pode garantir paz real. É preciso, no entanto, que esta paz seja aceita e
também promovida par homens de boa vontade, gente que quer paz e ser
instrumento dela.
III. NATAL É CONVITE À
HUMANIDADE
1. Simplicidade e pobreza, cercaram o nascimento de
Jesus,
Lc
2.6-7, “6 E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os
dias em que ela havia de dar à luz. 7 E deu à luz a seu filho primogênito, e
envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para
eles na estalagem”.
Isto não foi por acaso. Paulo nos informa que Jesus, o
Filho de Deus,
“Sendo rico, por amor de vós, se fez pobre, para que pela
sua pobreza, fôsseis enriquecidos”, 2Co
8.9.
Com isto ele se colocou numa posição humanitária, onde
tanto o rico quanto o pobre podem buscar e encontrar aconchego.
2. Orgulho, vaidade, soberba, prepotência e arrogância,
são incompatíveis com o espírito do Natal. O Natal nos chama ao quebrantamento.
Não se trata de exaltar os pobres e amaldiçoar os ricos. Pobres e ricos podem
ser igualmente orgulhosos ou humildes de espírito. Pastores pobres e magos
ricos, a seu modo, receberam, creram e celebraram com corações humildes a boa
nova de salvação.
3. Se o Filho do Deus Criador submeteu-se a vir a este
mundo cercado propositadamente de simplicidade, por que não deveríamos viver a
simplicidade do evangelho?
“Que haja em vós o mesmo sentimento que também houve em
Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser (vir)
igual a Deus, mas esvaziou-se de mesmo”, Fp
2.5-6.
IV. NATAL É TEMPO DE AMOR
1. É prova de amor. Sobre a manjedoura já pairava a
sombra da cruz,
Rm
5.8,
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores”.
Jesus espontaneamente deixou de lado sua glória. Jesus
voluntariamente suportou afronta de suas criaturas. O Livro de Atos resume sua
vida em uma palavra: “Padeceu”.
2. Tudo isso por amor. Esvaziou-se, humilhou-se,
empobreceu-se, solidarizou-se por amor. O espírito do Natal é pleno de amor. É
tempo de dividir o pão e o coração.
V. NATAL É A MATERIALIZAÇÃO DA
ESPERANÇA
1. A Boa Nova, “será para todo o povo”,
Lc
2.10,
“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande
alegria, que será para todo o povo”.
O povo que andava em trevas, viu uma grande luz,
Mt
4.16,
“O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam
assentados na região e sombra da morte, A luz raiou”.
Jo
8.12,
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
2. A Luz da esperança. O mundo seria insuportável (se
ainda houvesse o mundo), se a “Esperança de Israel” não tivesse nascido. Nele
se cumpriram as promessas.
3. Em Jesus Cristo, há certeza, há verdade, há o sentido
da vida. Ele é a esperança que se realiza. Para longe de nós o desespero, o
medo da morte, do futuro e a depressão. A esperança se concretizou, nasceu.
VI. NATAL É DEUS CONOSCO
(EMANUEL)
1. É Deus que se fez gente para viver com a gente. É o
Verbo que se fez carne,
Jo
1.1, 14, “1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus. 14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a
sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade”.
2. Os anjos disseram:
“10 O anjo,
porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria,
que o será para todo o povo: 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor. 12 E isto
vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em
manjedoura”, Lc 2.10-12.
3. Cristo, o Senhor, fez‑se menino. Tomou a forma
de servo, tornou-se semelhante aos homens. Ele sempre existiu, por isso a
Bíblia afirma que Ele veio ao mundo.
Agostinho afirmou: “Foi para que os homens pudessem
nascer de Deus, que Deus primeiro nasceu dos homens”.
Como não podíamos ir a Deus, Deus veio a nós. Como
havíamos perdido o caminho para Deus, o Filho de Deus veio para ser o caminho.
Alguém disse iluminadamente: “Ele participou de nossa
humanidade, para que pudéssemos participar de sua divindade”.
Tornou-se como somos, para fazer de nós o que Ele é.
CONCLUSÃO:
1. Alegria, paz, simplicidade, amor, esperança e presença
de Deus, fazem parte do espírito do Natal. Sentimentos, virtudes e certezas que
não passam com as comemorações do Natal, nem são desmontadas como os enfeites
da festa. São presentes e lições de Deus para nós, fazem parte de nós, do nosso
viver cristão.
2. Não podemos permitir que as gerações percam este
espírito. O Natal não pode ser reduzido em sua beleza e mensagem.