O ACORDO ENTRE DEUS E ABRAÃO

GN 17.1-8

 

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

 

INTRODUÇÃO:

 

1. Acordo é um pacto, uma aliança, um concerto. Não pode existir um acordo entre dois lados se ambos os lados não estiverem concordes.

 

2. A Bíblia, não procura esconder as fraquezas do homem de Deus, Abraão. Quando ele saiu de Ur da Caldéia, chegou à Canaã e depois de uma grande fome, dirigiu-se para o Egito e para permanecer no Egito impune, teve que mentir, Gn 12.10-20, “10 Havia fome naquela terra; desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí ficar, porquanto era grande a fome na terra. 11 Quando se aproximava do Egito, quase ao entrar, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher de formosa aparência; 12 os egípcios, quando te virem, vão dizer: É a mulher dele e me matarão, deixando-te com vida. 13 Dize, pois, que és minha irmã, para que me considerem por amor de ti e, por tua causa, me conservem a vida. 14 Tendo Abrão entrado no Egito, viram os egípcios que a mulher era sobremaneira formosa. 15 Viram-na os príncipes de Faraó e gabaram-na junto dele; e a mulher foi levada para a casa de Faraó. 16 Este, por causa dela, tratou bem a Abrão, o qual veio a ter ovelhas, bois, jumentos, escravos e escravas, jumentas e camelos. 17 Porém o SENHOR puniu Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão. 18 Chamou, pois, Faraó a Abrão e lhe disse: Que é isso que me fizeste? Por que não me disseste que era ela tua mulher? 19 E me disseste ser tua irmã? Por isso, a tomei para ser minha mulher. Agora, pois, eis a tua mulher, toma-a e vai-te. 20 E Faraó deu ordens aos seus homens a respeito dele; e acompanharam-no, a ele, a sua mulher e a tudo que possuía”.

 

3. Mesmos fracos, podemos atingir grande estatura espiritual, Tg 5.16-18, “16 Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. 17 Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. 18 E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”.

 

4. Após sua volta do Egito, Abraão, se separa de Ló, seu sobrinho e Deus renova sua promessa com ele. Promete-lhe um filho. A falta de fé de sua esposa Sara, fez com que Abraão tivesse um caso com sua escrava Hagar (Gn 16.1-15), nascendo desta relação um filho, Ismael, que futuramente, seus descendentes iriam ser pedra de tropeço para o povo de Deus.

 

5. Porém, mesmo com todas suas falhas, Deus fala a Abraão e faz um pacto com ele. Vejamos os termos deste pacto:

 

 

I.  A PARTE DE ABRAÃO

 

1. Ele deveria andar na presença de Deus, v. 1. Deus se revelou a ele como "El Shadai", o "Todo Poderoso" e que pode exigir que seus servos andem em sua presença:

 

a) Andar na presença de Deus é obedecê-lo. O ser humano, não pode esconder-se da presença de Deus, Sl 139.7, Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?”.

 

b) Esta exigência de Deus é uma exigência de santidade. Deus é Santo e não pode conviver com o pecado.

 

2. Ele deve buscar a perfeição, v. 1:

 

a) Embora, Deus exija nossa perfeição, não há perfeição absoluta, 1Jo 1.8-10, “8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. 9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.

 

b) Ver o exemplo de Paulo, Fp 3.10-14, 10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; 11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. 12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.

 

 

II. A PARTE DE DEUS

 

1. Deus promete abençoá-lo grandemente, v. 1, 4, 6:

 

a) Um povo numeroso é considerado na antiguidade uma benção de Deus, Gn 15.5, Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”. Aqui Deus reafirma esta promessa.

 

b) A própria mudança do nome sugere isto. O nome “Abrão”, significa "Pai Elevado", "Pai Exaltado". Já o Abraão, quer dizer "Pai de Muitas Nações", "Pai de Uma Grande Multidão".

 

c) Deus coloca um "álefe", letra do seu próprio nome, dando a este servo uma dignidade especial.

 

d) O mesmo aconteceu com Sara. O nome original "Sara", significa "princesa". Já o nome dado por Deus, "Sarai", significa "minha princesa".

 

d) O pacto de Deus com Abraão, era perpétuo, Rm 4.16, Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós)”.

 

2. Deus promete ser seu Deus, v. 7:

 

a) Deus tem prazer em ser o Deus de Abraão, e de sua descendência, assim como, se alegra em ser nosso Deus, Hb 11.8-16, 8 Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. 9 Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador. 11 Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. 12 Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. 13 Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. 14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. 15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. 16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade”.

 

b) As nações antigas tinham seus deuses. Cada uma tinha seu deus nacional, embora falsos. Não falavam, não tinham poder, etc.

 

c) Deus seria o Deus de Abraão e de Deus de seu povo, o Deus Verdadeiro, que protegeria seus filhos, e assim foi ao longo da história, e assim é também hoje, Ap 21.3, Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles”.

 

3. Deus promete ser fiel à descendência de Abraão, v. 8:

 

a) Abraão não viveria para ver o pacto cumprido, mas seus descendentes herdariam as bênçãos do pacto. Deus é fiel ao seu povo:

 

1Co 1.9, Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”.

 

1Ts 5.24, Fiel é o que vos chama, o qual também o fará”.

 

Rm 4.20-21, 20 não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, 21 estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera”.

 

CONCLUSÃO:

 

1. Deus deseja fazer um pacto com você nesta noite:

 

a) Neste pacto há a parte de Deus, que foi dar seu Filho Jesus Cristo para morrer em seu lugar, para que pela sua morte, você pudesse ser salvo.

 

b) Cumpre a você aceitar a Cristo como seu salvador e obedecê-lo, para que você alcance as promessas de Deus.