O QUE SIGNIFICA
CAMINHAR NO PODE DA RESSURREIÇÃO
Pr. Oswaldo F Gomes
Pr. José Antônio
Corrêa
O que significa caminhar no
poder da ressurreição?
(1) A Páscoa é um
memorial do êxodo histórico de Israel, instituído por Moisés por ordem de Deus.
Esse êxodo era uma figura da história da redenção.
(2) Por isso, enquanto
os judeus comemoram a libertação da escravidão do Egito, os cristãos comemoram
a libertação da escravidão do pecado e da morte espiritual e eterna.
Hoje, destacaremos a
história da redenção. O poder da ressurreição.
1. Caminhar no poder da
ressurreição significa conformar-se com Jesus na sua morte, para viver a
novidade da vida ressurreta.
(1) Na Páscoa cristã
acontecem duas mortes: a do cordeiro, a saber, Jesus; e a morte daqueles por quem
ele morreu, Rm 6.6, “sabendo
isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do
pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”.
(2) Para que experimentemos o poder da ressurreição, precisamos
passar pela morte, Jo 12.24,25, “24
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não
morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. 25 Quem ama a sua vida
perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida
eterna”.
Se quisermos estar “vivos” para Deus, precisamos estar “mortos” para o
pecado, Rm 6.7-11, “7
porquanto quem morreu está justificado do pecado. 8 Ora, se já morremos com
Cristo, cremos que também com ele viveremos, 9 sabedores de que, havendo Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre
ele. 10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o
pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. 11 Assim também vós considerai-vos
mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”.
(3) Morrer com Jesus, significa morrer para a velha natureza, Cl 3.5,8-10, “5
Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão
lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência,
linguagem obscena do vosso falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem
que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”.
Quais mortes estão
precisando acontecer em sua vida, para que você possa viver a novidade da vida
ressurreta?
“Não basta sair do Egito, é
preciso tirar o Egito do coração e tomar posse da terra prometida.”
2. Caminhar no poder da
ressurreição, significa depender do sustento de Jesus para a caminhada de fé.
“Naquela
noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a
comerão”, Êx 12.8.
(1) É interessante
observar que aqueles que estavam salvos pelo sangue do cordeiro, também se
alimentavam do próprio cordeiro.
(2) Jesus disse: “Assim
como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de
mim se alimenta por mim viverá”, Jo 6.57.
O sangue do cordeiro nos
livra do cativeiro e da morte e o cordeiro nos sustenta para a caminhada rumo a
Canaã.
(3) Somos sustentados
por Deus quando:
- Estamos reunidos em torno
da Palavra ou em oração, Jo 15.7,10, “7 Se permanecerdes em mim, e as minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. 10 Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu
tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”.
-
Estamos oferecendo nosso serviço e nossa adoração a Deus, Jo 15.5,8,16, “5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem
permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer. 8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos. 16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
meu nome, ele vo-lo conceda”.
- Estamos nos alimentando
da comunhão com os irmãos, Jo 15.9.12,17, “9 Como o Pai me amou, também eu vos
amei; permanecei no meu amor. 12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos
outros, assim como eu vos amei. 17 Isto vos mando: que vos ameis uns aos
outros.
-
Dependemos inteiramente dele, Jo 15.5, “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem
permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer”.
“Não basta ser lavado pelo
sangue do cordeiro, é necessário que nos alimentemos dele durante toda a nossa
peregrinação na terra.”
3. Caminhar no poder da
ressurreição, significa exercer autoridade contra o inimigo.
(1) Ao celebrar a Ceia (Páscoa) com os discípulos, Jesus disse: “Este
é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós”, Lc 22.20. Nossa aliança com Jesus é garantida pelo meu sangue, derramado por nós.
(2) Numa aliança, o
mais forte protege o mais fraco, e o mais fraco toma a força do mais forte.
- Assim, também, na cruz
Jesus venceu satanás, Cl 2.10-15, “10 Também, nele, estais aperfeiçoados.
Ele é o cabeça de todo principado e potestade. 11 Nele, também fostes
circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da
carne, que é a circuncisão de Cristo, 12 tendo sido sepultados, juntamente com
ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder
de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13 E a vós outros, que estáveis
mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu
vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 14 tendo cancelado
o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual
nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz, 15 e,
despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz”.
- Ao ressuscitar
colocou-nos em posição de autoridade contra ele, Ef 1.20,21, “20 o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares
celestiais, 21 acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no
vindouro”.
Ver
também Ef 2.6, “e,
juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais
em Cristo Jesus”.
(3) Todavia, o pecado deliberado profana o sangue dessa aliança,
fazendo-nos vulneráveis a satanás, 1Co
5.6,7, “6 Não é boa a vossa jactância. Não
sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Lançai fora o velho
fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois
também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado”.
Ver também Hb 10.26-29, “26 Porque, se vivermos deliberadamente
em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta
sacrifício pelos pecados; 27 pelo contrário, certa expectação horrível de juízo
e fogo vingador prestes a consumir os adversários. 28 Sem misericórdia morre
pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de
Moisés. 29 De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno
aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o
qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?”.
(4) Mas vida de santidade preserva nossa autoridade contra ele, 1Jo 1.5,8, “5
Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que
Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. 8 Se dissermos que não temos pecado
nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”.
Ver também Tg 4.7-10, “7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai
o coração. 9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto,
e a vossa alegria, em tristeza. 10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele
vos exaltará”.
Em quais circunstâncias
podemos perder nossa autoridade contra satanás?
“A morte e ressurreição de
Jesus, tanto relativiza o poder de satanás e de seu exército, quanto nos
reveste de autoridade para resisti-lo.”
4. Caminhar no poder da
ressurreição, significa ser mais cidadão do céu que da terra.
(1) O cordeiro pascal
deveria ser comido às pressas, e todos deveriam estar prontos para marchar
deixando o Egito para trás, Êx 12.11,
“Desta maneira o comereis: lombos cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR”.
(2) Assim, somos nós
que morremos e ressuscitamos com Cristo. Livres da carne, do pecado e do diabo,
como peregrinos na terra, caminhamos rumo à Canaã celestial. E, isso, tem
implicações práticas nos nossos valores e prioridades.
(3) Porque nova aliança quer dizer novo compromisso, nova jornada,
novo destino. E quem vive na perspectiva do novo, subordina valores terrenos
aos valores celestiais, estabelecendo raízes para cima, priorizando as coisas
de Deus, buscando as coisas do alto, Fp
3.18-21, “18 Pois muitos andam
entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando,
que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O
destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na
sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. 20 Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21
o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua
glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as
coisas”.
Ver também Hb 11.13-16, “13 Todos estes
morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e
saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. 14 Porque os que falam desse modo manifestam estar
procurando uma pátria. 15 E, se, na verdade,
se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. 16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é,
celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus,
porquanto lhes preparou uma cidade”.
“Se nossa pátria está nos
céus, não podemos viver como se fôssemos ficar eternamente aqui.”
5. Caminhar no poder da
ressurreição, significa permitir que a visão do túmulo vazio preenche e motive
a nossa visão e ação missionária.
(1) A morte de Jesus
confundiu os discípulos, que tomados de tristeza e medo se recolheram, Jo 20.9, “Pois
ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele
dentre os mortos”.
Até que receberam a notícia do túmulo vazio, Mt 28.6-8, “6 Ele
não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. 7 Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que
ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis.
É como vos digo! 8 E, retirando-se elas apressadamente do
sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos
discípulos”.
Até a visita de Jesus ressurreto, Jo
20.19, “Ao cair da tarde daquele dia, o
primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com
medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!”.
(2) A partir daí, os
discípulos tiveram consciência de que esse Jesus vivo e ressurreto tinha de ser
anunciado a toda criatura, Mc 16.15,
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura”.
“Somos herdeiros do legado
do túmulo vazio e parceiros de Deus na divulgação da boa nova do Evangelho”.
6. Caminhar no poder da
ressurreição, significa caminhar com a esperança de que um dia também
ressuscitaremos como Jesus ressuscitou.
(1) Não há poder maior
que a restituição de uma vida, que não está mais sujeita à morte.
(2) Por isso, a história da Páscoa não termina numa noite de
velório, mas numa madrugada jubilosa, Ap
1.17,18, “17 Quando o vi, caí a
seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas;
eu sou o primeiro e o último 18
e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos
séculos e tenho as chaves da morte e do inferno”.
(3) Jesus Cristo é o
primogênito dentre os mortos, Cl 1.18,
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o
princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a
primazia”.
Que ressuscitou para nunca mais morrer e abriu caminho para a nossa
ressurreição, 1Co 15.17-19, “17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e
ainda permaneceis nos vossos pecados. 18 E
ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. 19
Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens”.
(4) E a ressurreição de Cristo é tão poderosa, que aquele que nele
crê, não pode ficar refém da morte, Jo
11.25,26, “25 Disse-lhe Jesus:
Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e todo o que vive e crê em mim não morrerá,
eternamente. Crês isto?”.
(5) É essa esperança
que nos concede força nos momentos de tribulação e sofrimento, especialmente
aqueles por amor a Jesus, 2Co 4.16-18,
“16 Por isso, não
desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, 18 não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas
que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”.