Odres novos – vida nova

Mc 2.18-22

Por João Romeu Morelli Neto

Pr. José Antônio Corrêa

TEXTO: “18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. 20 Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão. 21 Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. 22 Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos”.

 

Jesus estava na casa de Mateus, seu mais novo discípulo, escolhido enquanto trabalhava na coletoria de impostos. Junto a Jesus estavam outros discípulos, além de uma série de publicanos e pecadores. Os Fariseus, vendo aquela cena, censuram duramente Jesus por compartilhar a mesa com pecadores. Jesus, ouvindo-os, responde que veio para chamar pecadores e não justos.

 

Em seguida, esses mesmos fariseus, juntamente com os discípulos de João, indagaram a Jesus por que seus discípulos não jejuavam, como eles. Jesus sabia claramente que a Lei de Moisés, padrão moral dos judeus, somente requeria, como lei, um jejum anual, feito do dia da Expiação:

 

Lv 16.29-34, “29 Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. 30 Porque, naquele dia, se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o SENHOR. 31 É sábado de descanso solene para vós outros, e afligireis a vossa alma; é estatuto perpétuo. 32 Quem for ungido e consagrado para oficiar como sacerdote no lugar de seu pai fará a expiação, havendo posto as vestes de linho, as vestes santas; 33 fará expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar; também a fará pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. 34 Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados. E fez Arão como o SENHOR ordenara a Moisés”.

 

Sabia também que era costume dos judeus fariseus jejuarem duas vezes por semana. Com tudo isso em mente, Jesus afirma categoricamente que aquela não era hora de Jejum, pois os discípulos estavam perante o noivo, em celebração; quando o noivo se retirar, ai sim era tempo de jejum.

 

A presença de Cristo era sinal de festa e não de lamento e contrição.

 

Por fim, após essas duas arguições, Jesus faz uma desconcertante afirmação via parábola. Jesus fala categoricamente que os fariseus estavam tentando impor panos e vinho novo em roupas e odres velhos. Jesus está falando que os judeus daquele tempo ainda não tinham enxergado que, em Jesus, um novo tempo se instaurava: um novo momento de vida, novidade pra vida, que não podia ser acomodada em sistema ritualístico e costumeiramente antigo. Por não saberem “ler” o seu tempo, os fariseus não conseguiam entender Jesus e seu movimento.

 

Esse ensinamento de Cristo é valioso para esses dias. Vivemos num mundo em constante transformação. Todo dia, em todas as áreas de nossa vida, “novidades” se põem diante de nós. Como lidar com o “novo” que está diante de nós. Jesus nos ensina preceitos a respeito.

 

 

I. NÃO DEVEMOS SER RESISTENTES ÀQUILO QUE É NOVO

 

1. Temos, principalmente os cristãos, certa resistência a novidades.

 

2. A bíblia nos afirma categoricamente que nossa vida em Cristo é uma nova vida:

 

2Co 5.17, “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.

 

Rm 6.4, “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida”.

 

3. Resistência ao novo gera atraso, estagnação.

 

 

II. NÃO SE PODE DESFRUTAR DO NOVO SE A NOSSA ESTRUTURA É VELHA

 

1. Um pano novo, numa roupa velha, gera mais estragos na roupa, pois conforme o retalho novo encolhe mais rasga a roupa – “porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura”.

 

2. Vinho novo em odre velho se perde, pois, conforme o vinho se fermenta, expande gases – “o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres”.

 

Isso acontece porque o odre velho não possui mais capacidade de dilatação se arrebenta e todo vinho se perde.

 

3. Estruturas velhas não comportam novidades.  Em muitas áreas de nossa vida, perdemos a grande oportunidade de crescermos, desenvolvermos, desfrutarmos novas coisas na vida, pois queremos continuar como somos, não aceitamos as mudanças.

 

4. Jesus fala claramente:

 

“É IMPOSSIVEL DESFRUTAR DO NOVO SEM ABANDONAR VELHAS ESTRUTURAS”.

 

Essas estruturas podem ser:

 

- Jeito antigo de ver a vida;

- Doutrinas humanas;

- Costumes;

- Forma de trabalhar;

 

5. Para desfrutar das novidades, precisamos criar novas estruturas na vida. Mas como?

 

a) Rm 6.4, “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”.

 

b) Rm 7.6, “Mas agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito e não na velhice da letra”.

 

c) 2Co 5.17, “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.

 

d) A própria vida cristã é considerada, nas Escrituras, como nova vida.

 

e) Por que então não continuamos a nos renovar?

 

f) Precisamos ter cuidado com:

 

- O tradicionalismo;

- A acomodação.

 

6. Jesus está pronto para nos renovar, dando oportunidade de desfrutarmos das novidades que Deus tem para cada um.

 

Permitamos que Ele faça isso hoje, em nossas vidas!