SALVAÇÃO, DOM INEFÁVEL DE DEUS
Pr. Hernandes Dias Lopes
Pr. José Antônio Corrêa
A salvação não é uma conquista humana,
mas uma dádiva de Deus. Não a alcançamos por mérito, mas recebemo-la por graça.
A salvação não é um troféu que erguemos como fruto do nosso labor nem uma
medalha de honra ao mérito, mas um presente imerecido. Concernente à salvação,
como dom inefável de Deus, destacamos três verdades sublimes:
Em
primeiro, a graça, o fundamento da salvação. “Porque pela graça sois
salvos…” (Ef 2.8a). A graça de Deus
é seu amor imerecido, endereçado a pecadores perdidos e arruinados. Deus
amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Amou-nos não por
causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Amou-nos não por
causa das nossas virtudes, mas apesar das nossas mazelas. Amou-nos não porque
éramos seus amigos, mas apesar de ser seus inimigos. Amou-nos e deu-nos seu
Filho Unigênito. Amou-nos e deu-nos tudo. Deu-se a si mesmo. Deu seu Filho
único. Deu-o não para ser servido, mas para servir. Não para ser aplaudido
entre os homens, mas morrer pelos pecadores. Esse amor incomparável,
incompreensível e indescritível a pecadores indignos é a expressão mais
eloquente de sua graça. Assim, não somos salvos pela obra que realizamos para
Deus, mas pela obra que Deus realizou por nós, na cruz do Calvário. A cruz de
Cristo é o palco onde refulge com todo o esplendor a graça de Deus. Aqui está a
causa meritória da nossa redenção, o fundamento da nossa salvação.
Em
segundo lugar, a fé, o instrumento da nossa salvação. “… mediante a fé, e isto não
vem de vós; é dom de Deus. Não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8b, 9). Não somos salvos por causa
da fé, mas mediante a fé. A fé não é a causa meritória, mas a causa
instrumental da nossa salvação. Apropriamos da salvação pela graça, mediante a
fé. A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o presente de um rei.
Deus nos oferece a salvação gratuitamente e apropriamo-nos dela pela fé. A
própria fé não vem do homem, vem de Deus; não é resultado de esforço ou mérito
humano, mas presente de Deus. A fé salvadora não é apenas um assentimento
intelectual nem uma confiança passageira apenas para as questões desta vida. A
fé salvadora é plantada em nosso coração pelo Espírito de Deus e então,
transferimos nossa confiança daquilo que fazemos para o que Cristo fez por nós
na cruz. A fé não apenas toma posse da salvação, mas, também, descansa na
suficiente obra de Cristo. Somos justificados pela fé, vivemos pela fé, andamos
de fé em fé e vencemos o mundo pela fé.
Em
terceiro lugar, as boas obras, o propósito da nossa salvação. “Pois somos feitura dele, criados em
Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.10). Não
somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. As boas obras não são a
causa da salvação, mas sua consequência. Não fazemos boas obras com o propósito
de sermos salvos; fazemo-las porque já fomos salvos pela graça, mediante a fé.
É importante destacar que se as boas obras não encontram lugar como causa
meritória ou instrumental da salvação, elas precisam ser vistas como a
evidência da salvação. A fé e as boas obras não estão em conflito. A fé sem as
obras é morta; as obras sem a fé não são boas. A fé produz obras e as obras
provam a fé. A salvação é só pela fé independente das obras, mas a fé salvadora
nunca vem só. Vem acompanhada das obras que glorificam a Deus e abençoam os
homens. Essas obras foram preparadas de antemão para que andássemos nelas. Tudo
provém de Deus, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer como o realizar.
A salvação é um dom inefável de Deus.
Foi planejada por Deus Pai, executada pelo Deus Filho e aplicada pelo Deus
Espírito Santo. Foi planejada na eternidade, é executada na história e será
consumada na segunda vinda de Cristo. Fomos salvos pela graça, mediante a fé e
para as boas obras!