SINAIS DO AVIVAMENTO
Ev. João Batista Costa
Pr. José Antônio Corrêa
“ORAÇÃO do profeta Habacuque sobre
Sigionote. Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no
meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia”,
Hb 3.1,2.
INTRODUÇÃO
Avivamento, algo tão falado no meio da
igreja em nossos dias. Mas será que estamos precisando mesmo de um avivamento?
Se pensarmos no que a igreja experimentou nos períodos em que Deus a avivou,
sim! Mas, por quem virá o tão sonhado avivamento: por um homem? Uma igreja
local? Uma nação? Bom:
a) Primeiro nos temos que ver que o
avivamento é algo sobrenatural, ou seja, não vem de homem nem de igreja e nem
de nenhuma nação, é o que o profeta Habacuque quer nos dizer “aviva ó Senhor”.
b) Segundo, o avivamento não vem por
homem algum; se fosse Habacuque se colocaria a disposição de Deus e certamente
diria: “eu vou começar um avivamento”. Isso deixa claro que o avivamento é obra
do Espírito Santo.
Habacuque viveu numa época (606 a C.),
em que o povo de Judá estava precisando de um avivamento. A nação estava
afastada de Deus, prestes a ser levada cativa para o cativeiro babilônico
Habacuque nos deixa uma grande
mensagem; ele nos ensina que embora seja Deus quem tem o poder de avivar o Seu
povo, nós como povo Seu temos participação direta neste avivamento. Como?
Buscando a Ele em prol do que queremos. Foi o que fez o profeta “aviva ó Senhor
a tua obra”. Se O buscarmos Deus irá usar um homem, uma igreja local, uma
nação, e assim o tão almejado avivamento chegará até nós. Assim como Ele usou
João Wesley na Inglaterra, pode nos usar também.
Dentre os grandes avivamentos
registrados na Bíblia quero tomar como base apenas dois, um está em Neemias
cap. 8 e o outro em Atos cap. 2 a 6, é neles que vemos cinco sinais do
verdadeiro avivamento.
I. A FOME PELA PALAVRA
“E CHEGADO o sétimo mês, e estando os
filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na
praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse
o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. E Esdras, o
sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de
mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do
sétimo mês. E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas,
desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e os que podiam
entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei, Ne 8.1-3.
Não existe avivamento sem a Palavra de
Deus. O povo havia voltado do cativeiro e agora reunidos pelo sacerdote Esdras
eles pedem que seja lido o livro da lei do Senhor. O que nos chama a atenção é
a “fome” que eles tinham de se alimentar da Palavra a ponto de ficar “desde a
alva até ao meio dia” ouvindo atentamente o que estava escrito no livro de lei.
Vivemos em dias em que a Palavra de
Deus tem sido pouco consultada temos a Bíblia, mas quase não a lemos, ouvimos
falar sobre ela, mas não praticamos, em nossos cultos muitas vezes é substituída
por liturgias sem conteúdo divino.
Atos
6. 1, 2, 4: “ORA,
naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Mas nós
perseveraremos na oração e no ministério da palavra”.
Nada
supera a Palavra de Deus. Quando Esdras explicava a Palavra de Lei o povo se
arrependeu de seus pecados e houve grande mudança, Ne
9.1,2, “E, NO dia vinte e quatro deste mês, ajuntaram-se os filhos de
Israel com jejum e com sacos, e traziam terra sobre si. E a descendência de
Israel se apartou de todos os estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram
confissão pelos seus pecados e pelas iniquidades de seus pais“.
Assim
aconteceu enquanto Pedro pregava a Palavra no dia de pentecostes, At 2.37 “E, ouvindo eles isto, compungiram-se
em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,
homens irmãos?”.
Aqueles que foram chamados por Deus
para ministrar a Palavra não podem abandoná-la para outros fins, e aqueles que
apenas leem e ouvem devem antes de tudo serem praticantes da mesma, “E sede
cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos”, Tg 1.22.
Quando o povo de Deus começar a buscar
a Sua Palavra então o avivamento começará entre nós. Este é o 1º sinal.
II. A ORAÇÃO
Uma coisa que mais marcou a igreja
primitiva foi a forma como eles eram dedicados a oração. Tudo era resolvido por
meio da oração. ”Mas nós perseveraremos na oração...”, At 6.4. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas,
com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos”, At 1.14.
É verdade um ditado evangélico que
diz: muita oração, muito poder, pouca oração, pouco poder, nenhuma oração,
nenhum poder. A falta de oração leva-nos ao esfriamento espiritual. E então não
temos poder para vencer o mundo e o pecado. Precisamos mais do nunca voltar a
pratica da oração. Queremos avivamento, mas não oramos assim ele nunca virá.
2Cr
7.14, 15, “14 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar,
e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei
dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. 15 Estarão abertos
os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar”.
Quando a oração for uma constante em nosso meio
então o avivamento está chegando. Este é o 2º sinal.
III. SALVAÇÃO DE ALMAS
“De sorte que foram batizados os que
de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil
almas, E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar”, At 2.41, 47.
O verdadeiro avivamento envolve todas
as áreas da igreja. Eles nos tira das quatro paredes do templo e nos leva em
busca das almas. Muitos confundem avivamento com movimento, achando que a
operação do Espírito num encontro de fim de semana no templo caracteriza o
avivamento entre nós. Isso é apenas o “movimento” do Espírito, o avivamento
genuíno é abrangente e duradouro.
Em Jerusalém metade da população foi
alcançada pelo evangelho. Por que será que são poucas as almas que se convertem
e ainda mais poucas as que permanecem? Se a missão maior de igreja é ganhar
almas, então, estamos falhando seriamente em nossa maior tarefa. Neemias diz
que enquanto Esdras lia o Livro da Lei houve um quebrantamento no coração do
povo de sorte que todos choravam convertendo-se ao Senhor, Ne 8.9b “Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei”.
Enquanto Pedro pregava no dia de
Pentecostes as pessoas se sentiram compungidas a ponto de perguntar? Que faremos, homens irmãos?, At 2.37, 38, “E disse-lhes Pedro:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Em ambos os casos ouve um
arrependimento profundo na multidão. Que o Espírito Santo nos inflame com o Seu
poder para sair anunciar as boas novas do evangelho e então as almas virão aos
pés de Cristo. Este é o 3º sinal.
IV. TEMOR A DEUS
“E em toda a alma havia temor, e
muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”, At 2.43.
Vivemos em dias em que a humanidade
parece que se esqueceu de Deus; e por mais que os sinais da sua presença sejam
manifestos o temor a Ele passa longe de muitos. O problema é que isto é visto e
sentido no meio da igreja. Muitos que se dizem “cristãos” por falta de temor
não reverenciam a Deus e vivem como se Ele não existisse.
Há aqueles que se dizem “donos de si
mesmos” e ainda querem que a igreja os aceite assim. A falta de respeito pelo
Sagrado muitas das vezes profanam nossos cultos fazendo dele apenas um ponto de
encontros.
O que vemos em Atos é que o temor
precedia as maravilhas e sinais que os apóstolos faziam. Quando Esdras lia as
palavras do Livro da Lei as pessoas colocaram o rosto no chão em temor ao
Todo-Poderoso, Ne 8.6, “E Esdras
louvou ao SENHOR, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém!
levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao SENHOR, com
os rostos em terra”.
Temor é diferente de ter medo. Muitos
tem medo de Deus como se Ele tivesse mais prazer em castigar do que abençoar.
Já os que temem o Seu nome têm prazer em servi-lo reconhecendo a Sua grandeza
como soberano e digno de toda nossa reverencia.
V. ADORAÇÃO
“E Esdras louvou ao SENHOR, o grande
Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e
inclinaram suas cabeças, e adoraram ao SENHOR, com os rostos em terra”, Ne 8.6.
Adorar – em hebraico “shachah”, e, em grego “proskuneo”.
Ambos os termos enfatizam o ato de prostração e reverência.
Muito se fala em adoração em nossos
dias. Fala-se em “geração de adoradores” canções cujo estilo é denominado como
adoração etc., etc. Mas na verdade o que é adoração a Deus? O que significa
adorar? Ora, adorar é tributar a um ser tudo aquilo que temos para oferecê-lo.
Significa dar a uma pessoa honra proporcional a sua dignidade.
Biblicamente todo adorador tem que ter
algo para oferecer ao Senhor. O que esta geração tem feito para que não apareça
vazia na presença do Todo-Poderoso? E por que não dizer que muitas músicas de
“adoração” são feitas para enaltecer a criatura no lugar do Criador! Ora não é
sem tempo que a Bíblia diz: “Os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em
espírito e em verdade”, Jo 4.23.
Quando adoramos, esquecemos de nós
mesmos e centralizamos nossa atenção em Deus. Quando Deus é adorado com
exclusividade, os crentes que assim O adoram são invariavelmente abençoados e
espiritualmente fortalecidos. A verdadeira adoração está associada ao amor que
devotamos a Deus. Em tudo o que fizermos, há de ser ressaltada nossa atitude de
adoração. O crente não pode ser apenas assistente no culto. Deve ser participante
ativo cultuando a Deus e adorando-O em espírito e em verdade (Jo 4.24).
A adoração deve brotar de nosso
espírito para elevar-se a Deus. Deve ser consciente. É o “culto racional”, Rm 12.1, “Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
Devemos dizer a Deus tudo aquilo que
Ele representa para nós. O nosso amor, a nossa gratidão, a nossa dependência
dEle, nossa submissão a sua vontade. Como podemos ver a adoração só tem valor
quando enaltece a Deus.
Por isso três coisas são necessárias
na vida do adorador:
1.
Fé. “ora, sem fé é
impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”, Hb 11.6.
2.
Obediência. Alguém
que vive em desobediência jamais conseguirá adorar a Deus, por que, “Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás ó Deus”, Sl
51.17.
3.
O ato de dar. Abraão
ia dar a Deus a coisa mais preciosa – seu filho. Os magos adoraram o menino
Jesus ofertando suas dádivas. Outra forma de adorar é entregando nossos dízimos
e ofertas, Ez 23.15, “E ninguém
aparecerá vazio diante de mim”. Ver
ainda Sl 96.8-9, “Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei
oferendas, e entrai nos seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da sua
santidade”.
CONCLUSÃO:
Precisamos dar ao Pai a honra devida. Quando
assim fizermos o avivamento estará em nosso meio. Um avivamento pleno é aquele
que nos leva a prática da Palavra de Deus, despertando em nós o desejo de
buscá-lo em oração. Só assim as almas se converterão a Cristo, os sinais e
prodígios serão reais provocados pelo temor ao Senhor e a adoração será uma
constante em nossa vida. Aviva o Senhor a tua obra.