TEMPO DE RESTITUIÇÃO NA VIDA DE MEFIBOSETE

Maria Isabel da Silva Lima

 

Pr. José Antônio Corrêa

 

Havia um pacto, um pacto de amor, feito há muitos anos entre dois amigos: Jônatas, pai de Mefibosete e Davi, agora, o Rei de Israel (1Sm 20.14). Mefibosete nada sabia sobre este juramento, mas o Rei Davi jamais se esqueceu deste pacto: “Usar de benevolência a qualquer remanescente da família de Saul, por amor de Jônatas”.

 

Davi agora próspero, se lembra do solene juramente e pergunta a um dos servos da casa de Saul: “Não há ainda alguém da casa de Saul a quem eu possa mostrar a bondade de Deus?” (2Sm 9.2). Ziba, o servo, responde ao rei: “Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés” (2Sm 9.3).

 

I. DAVI MANDA BUSCAR MEFIBOSETE

 

Davi não se importou com o detalhe do moço ser “aleijado”, mas mandou trazê-lo de Lo Debar.  Ele o trouxe de volta para o palácio (2Sm 5) e acalmou o coração do moço, dizendo “Não temas”  (2Sm 9.7).

 

II. MEFIBOSETE OBEDECEU HUMILDEMENTE AO CHAMADO DO REI

 

Com muita humildade e “envergonhado” Mefibosete compareceu à presença do rei Davi. Temeroso, chegou perante o Rei e o ouviu falar sobre um “PACTO”, uma aliança que havia entre ele e seu pai, e que agora iria beneficiá-lo. Tudo o que ele havia perdido seria restituído.

 

Ele, um “deficiente”, um “perdedor”, quem era ele para ser agraciado com tamanha bondade? Ele era somente um jovem coxo, sem saúde, sem família, sem bens, sem status, sem estima, que vivia longe de Jerusalém, longe do Rei, vivia no deserto, em uma terra seca, inóspita, terra árida, onde havia muita miséria,  muito sofrimento, muita pobreza e muitos doentes. Mefibosete se achava indigno de tal beneficência.

 

Entretanto, Davi toca o coração de Mefibosete quando pronuncia alegre e suavemente o seu nome: “Mefibosete!”   (2Sm 9.6). Ele humildemente prostrado,  com  o rosto em terra  responde ao rei Davi: “Teu servo”  (2Sm 9.6). O coração do Rei exultou! O “servo” mesmo não se achando merecedor, aceitou a benevolência, que era resultado de um pacto solene de um juramento de amor.

 

III. DAVI ACOLHEU MEFIBOSETE COM A UM FILHO

 

Agora Mefibosete ganhara uma “nova’ família: um novo pai, novos irmãos, novos tios, novos sobrinhos:  “Assim Mefibosete comeu à mesa de Davi como um dos seus filhos” (2Sm 10.11).

 

IV. DAVI RESTITUIU A MEFIBOSETE OS BENS DE SUA FAMÍLIA

 

Tudo o que pertencia a Saul e a toda a sua casa, Davi restituiu a  Mefibosete (2Sm 9.7,9). Mefibosete agora tinha pessoas para servi-lo (2Sm 9.12).

 

V. DAVI RESTITUI A MEFIBOSETE O STATUS, A HONRA E A DIGNIDADE

 

Sua posição social foi recuperada, fez o moço  assentar-se à sua mesa, junto com os príncipes, como um dos filhos do Rei. Ele voltara a conviver no palácio com o Rei, com os príncipes,  com os nobres.

 

Mefibosete tinha consciência de que era indigno de tanta bondade. Sabia que a casa de seu pai era digna de morte,  porém ao invés da morte, veio “vida”, a bondade, a esperança, o amor, do coração generoso,  de um bondoso Rei (2Sm 19.28).

 

VI. A ESTIMA DE MEFIBOSETE É VALORIZADA

 

Agora Mefibosete “se cuidava”: cuidava dos pés doentes,  cuidava de sua  barba,  lavava as suas vestes, etc. (1Sm 19.24). A estima era outra, não mais um “cão morto”, mas um “príncipe” entre os príncipes, “Filho” do Rei!

 

VII. MEFIBOSETE SOU EU, SOMOS NÓS...

 

Mefibosete nasceu “perfeito”, mas perdeu esta perfeição ao cair do colo de sua babá, não diferente foi o homem que Deus criou. Deus o criou reto, santo, perfeito: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a  nossa semelhança” (Gn 1.6). Porém, “os homens buscaram muitas astúcias” (Ec 7.29). O homem também “caiu”  e perdeu esta semelhança com o seu Criador.

 

VIII. O HOMEM PERDEU SEMELHANÇA COM DEUS QUANDO O DESOBEDECEU

 

Por livre arbítrio, o homem desobedeceu a Deus, e, perdeu a perfeição, a santidade, na qual fora criado. Nós, seres humanos, nos tornamos “deficientes”, “morremos” (Gn 2.16.17), nos separamos do nosso Criador, ficamos longe de Deus, “envergonhados”.

 

Assim como Mefibosete, nos vimos num “deserto”, numa terra assolada, sozinhos, doentes, temerosos, sem comunhão com Deus, sem paz, sem esperança, sem amor, sem salvação, sujos, imundos, “doentes” pelo pecado: “Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas podres, não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo” (Is 6.6).  

 

Perdemos tudo! Ficamos “miseráveis, pobres, cegos e nus”.

 

IX. PACTO DE AMOR ENTRE DEUS E A HUMANIDADE

 

Mas, Deus, por sua infinita bondade, por puro amor, nos procurou, nos buscou de Lo Debar e não se importou com as nossas imperfeições, nos chamou pelo nosso nome: Isabel!  Maria! Marta! Leonardo, Vinícius! Ruth! Wilson! José! Raquel... Fomos tocados e humildemente, atendemos o seu chamado.  Fomos ao encontro do “Rei”, nos prostramos, e fomos beneficiados por Ele por causa de um PACTO DE AMOR.

 

Um pacto de amor entre Deus e a Humanidade! Não éramos dignos, não somos dignos de usufruir de “tal” pacto, pois continuamos “deficientes”, imperfeitos, mas o amor de Deus nos acolheu, cobriu todas as nossas imperfeições, todas as nossas transgressões.

 

Deus nos limpou, “nos cobriu com vestes de salvação, com o manto de justiça” (Is 61.10).  Amor imensurável! Uma dádiva  para o ser humano, através de Jesus Cristo: “Porque Deu amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito,  para que todo aquele que  nele crê não pereça,  mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

 

X. ERAMOS DIGNOS DE MORTE, MAS IMERECIDAMENTE GANHAMOS A VIDA

 

Hoje, “feitos’ filhos de Deus, temos sidos abençoados, “com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3). Temos um Pai, fazemos parte de uma nova família, a família de Deus, temos riquezas, comunhão, paz, perdão, bondade, amor, salvação. Deus nos restituiu tudo o que havíamos perdido. Agora, estamos assentados, mesmo “coxos’, “deficientes” e imperfeitos, à mesa com o Rei Jesus!

 

Hoje, através de Jesus Cristo, podemos dizer: “Aba, Pai”, Paizinho! Logo somos também “herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo”) (Gl 4.6).  Fomos chamados de Lo Debar, de um lugar sem pastor, para pastos verdejantes. Estamos em “Jerusalém’, de volta ao Palácio Real, estamos assentados à mesa com o Reis dos reis e Senhor dos senhores – Jesus Cristo, o Filho de Deus! Nosso bom Pastor! Aleluia!

 

Fonte:

 

Bíblias: Estudo Pentecostal, Vida Nova,  Thompson, Explicada

O Novo comentário da Bíblia. ed. Vida Nova.

HALLEY, H. Henry. Manual Bíblico. ed. Vida Nova.