TRIUNFANDO EM CRISTO PELA COMUNHÃO
RM 15.1-13
Pr.
Jair Francisco Macedo
Pr.
José Antônio Corrêa
Na
igreja de Roma havia divergências sobre o que comer, beber e que dias guardar
como especiais. No capítulo 14 Paulo traçou diretrizes para o estabelecimento
de uma santa convergência:
Respeitar as opiniões, vs.1,3,
“1 Acolhei ao
que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. 3 quem come não despreze
o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu”.
Fazer tudo para a glória do
Senhor, vs.8-9, “8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos;
se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do
Senhor. 9 Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para
ser Senhor tanto de mortos como de vivos”.
Não julgar, v.13,
“Não nos
julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes
tropeço ou escândalo ao vosso irmão”.
Buscar sempre uma postura edificadora,
v.19, “Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação
de uns para com os outros”.
Em
nosso texto, ele fecha estas orientações lembrando que somos chamados a
TRIUNFAR EM CRISTO PELA COMUNHÃO.
Quais são as dimensões deste triunfo?
I. COMUNHÃO TERAPÊUTICA: SOMOS
RESPONSÁVEIS UNS PELOS OUTROS
vs.1-3
Na
igreja existiu, existe e sempre existirá “fortes e fracos”. O sábio plano de
Deus é que os fortes se responsabilizem pelos fracos.
1. Suportando, v.1,
“Suportando as debilidades dos fracos”.
Isso
tem a ver com “sustentar, transportar” (Jo
19.17 “carregando a sua cruz”).
Não significa aguentar, mas agilmente e amorosamente levar o fraco para o lugar
onde ele precisa ir, mas não consegue ir sozinho.
2. Mudando o foco, v.1,
“... e não agradar-nos a nós mesmos”.
Os
bons terapeutas não estão em busca de satisfação pessoal, mas da satisfação dos
seus pacientes.
3. Edificando v.2,
“portanto, cada um de nós agrade ao
próximo no que é bom para edificação”.
Agradar
ao próximo não significa fazer tudo o que ele quer, mas tudo o que é
necessário, imprescindível, benéfico, restaurador, “edificante”.
4. Sacrificando, v.3,
“Porque também Cristo não se agradou a
si mesmo; antes, como está escrito, as injúrias dos que te ultrajavam caíram
sobre mim”.
Jesus,
por seu sacrifício na cruz, considerou o nosso fracasso como se fosse Dele.
Curar o fraco não é uma prazerosa viagem de turismo à Costa do Sauipe, mas um
caminho de renúncia e morte.
II. COMUNHÃO VERTICAL: NOSSOS
RELACIONAMENTOS DEVEM SER ALICERÇADOS NUM PERMANENTE E QUALIFICADO RELACIONAMENTO
COM DEUS
vs.4-6
1. Pela Escritura, v.4,
“Pois tudo quanto, outrora,
foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e
pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
Não
temos em nós mesmos competência e força para tratar dos nossos fracos na fé:
falta-nos “paciência”, saúde emocional (“consolação") e “esperança” (a
crença firme de que os doentes efetivamente serão restaurados).
Por
isso, precisamos da capacitação que vem de Deus e que nos é ministrada
permanentemente através das Escrituras Sagradas. Elas, mesmo tendo sido
escritas num passado distante, continuam sendo extremamente relevantes para
hoje.
Nelas,
descobrimos quem são os fracos e quais são as suas reais
necessidades; igualmente, descobrimos quem somos e quais são as nossas reais
possibilidades de sermos instrumentos de restauração dos fracos que estão à
nossa volta.
Sem
intimidade com Deus através das Escrituras, estamos fracos, sem forças para nós
mesmos e para aqueles que precisam do nosso amor terapêutico.
2. Pela oração, v.5-6,
“Ora, o Deus da paciência e da
consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo
Jesus, para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo”.
Paulo
faz uma oração, na qual reconhece que só Deus tem o genuíno caráter de
terapeuta, pois só Ele é verdadeiramente “paciente e consolador”, duas virtudes imprescindíveis para
tratar os fracos.
Por
isso, em Cristo, ele ora para que se estabeleça na igreja um “mesmo sentir” = um
relacionamento livre de preconceitos, acepções, discriminações, rejeições e
acusações, ou seja, um ambiente coletivo propício à cura, à libertação e à
transformação individual.
Seu
sonho em oração era que essa profunda “concordância” ativa e positiva produzisse um maravilhoso
coro de glorificação ao Deus e Pai de NSJC que acolhe em seus braços fracos e
fortes, num amor singularmente restaurador.
Sem
intimidade com Deus através da oração, estamos fracos, sem forças para nós
mesmos e para aqueles que precisam do nosso amor terapêutico.
CONCLUSÃO
1. Somos chamados hoje a vivenciar
um relacionamento com as marcas do relacionamento de Jesus, v.7,
“Portanto, acolhei-vos uns aos outros,
como também Cristo vos acolheu para a glória de Deus”.
Jesus
acolheu-nos como éramos: miseráveis, sujos, fedidos, feios e repugnantes.
Pacientemente, nos deu um banho, uma roupa nova, um novo perfume, uma nova
sandália, e, acima de tudo, uma nova família!
Gradativamente
nos deu um novo sonho, um novo estilo de vida, um novo sentido de vida, uma
nova estatura espiritual! Tudo isto, para que Deus fosse glorificado! HOJE Deus
nos desafia a sermos uns para os outros a expressão viva deste amor acolhedor
de Jesus!
2. Somos chamados hoje a vivenciar
um relacionamento livre de barreiras humanas, vs. 8-12.
Jesus
veio como “ministro da circuncisão”, v.8,
“Digo, pois,
que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus,
para confirmar as promessas feitas aos nossos pais”.
Isso
para abençoar os judeus, confirmando neles todas as promessas feitas através
dos profetas ao longo da história.
Mas
igualmente, Ele veio para abençoar os “gentios”, v.9-12, “9 e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua
misericórdia, como está escrito: Por isso, eu te glorificarei entre os gentios
e cantarei louvores ao teu nome. 10 E também diz: Alegrai-vos, ó gentios, com o
seu povo. 11 E ainda: Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, e todos os povos
o louvem. 12 Também Isaías diz: Haverá a raiz de Jessé, aquele que se levanta
para governar os gentios; nele os gentios esperarão”.
Deu-lhes
acesso às mesmas promessas, cumprindo Nele o plano eterno do Pai de transformar
todas as nações da terra. HOJE Deus nos chama para um relacionamento
comunitário onde as barreiras humanas (brancos e pretos, ricos e pobres, homens
e mulheres, novos e velhos, cultos e incultos...) não são e nem serão
referências de convivência.
3. Somos chamados hoje a vivenciar
um relacionamento pleno, v.13, “E o Deus da esperança vos encha de todo gozo e paz no vosso crer, para
que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”.
Esse relacionamento é:
Pleno de gozo, Jo 15.11,
“Tenho-vos
dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja
completo”.
Pleno de paz:
Paz vertical, Rm 5.1,
“Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Paz Horizontal, Rm 12.17-18,
“17 Não
torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os
homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”.
Pleno de esperança, Rm 5.1-5,
“1
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo; 2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a
esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de
Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações,
sabendo que a tribulação produz perseverança; 4 e a perseverança, experiência;
e a experiência, esperança. 5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de
Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado”.
Pleno do Espírito Santo, Rm 14.17,
“Porque o
reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito
Santo”.
É
Deus quem nos enche para triunfar na comunhão, mas Ele só fará isto naqueles
que humildemente se esvaziam de si mesmos pela confissão e quebrantamento!