OS UTENSÍLIOS DO INTERIOR DA ARCA
HB 9.1-4
Pr. José Antônio Corrêa
INTRODUÇÃO:
No
estudo anterior tivemos a oportunidade de estudar a Arca da Aliança em sua
parte externa. Devemos lembrar que a Arca era um baú de madeira, recoberto com
ouro com uma tampa chamada "propiciatório", e sobre esta tampa havia
dois querubins de ouro maciço, ambos olhando para o centro da Arca. Ela ficava
no Lugar Santíssimo, ou seja a parte mais interior do Tabernáculo, onde somente
o Sumo-Sacerdote podia entrar uma vez por ano para oferecer sacrifício por si
mesmo e pelos pecados do povo. Como vimos, a palavra "propiciatório"
vem de um termo hebraico que significa "cobrir", "expiar",
cuja idéia principal é que Deus, mediante o sacrifício, não levava em conta os
pecados cometidos. Isto nos recorda o fato de que Jesus ao derramar seu sangue
no Calvário, fez "expiação" pelos nossos pecados. No dizer de João,
Ele é a propiciação pelos nossos pecados, 1 Jo 2.1. Hoje queremos
analisar a parte interna da Arca, onde estavam a Vara de Arão, o Pote de Maná,
e as Tábuas da Lei, bem como as aplicações e os simbolismos para o povo de Deus
nos dias atuais.
I . AS TÁBUAS DA LEI – A PALAVRA DE
DEUS
1.
As tábuas da lei, também chamadas de "tábuas da aliança" (tyrb xwl -
luwach beriyth) correspondem às tábuas de pedra conferidas a Moisés no Monte
Sinai. Elas continham os Dez Mandamentos como preceitos divinos que deveriam
ser observados pelo seu povo, Êx 24.12, "Então, disse o
SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e
a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares". Ver ainda Dt
9.9-11, "9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas
da aliança que o SENHOR fizera convosco, fiquei no monte quarenta dias e
quarenta noites; não comi pão, nem bebi água. 10 Deu-me o SENHOR as duas tábuas
de pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, estavam todas as palavras
segundo o SENHOR havia falado convosco no monte, do meio do fogo, estando
reunido todo o povo. 11 Ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me
deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança". Estas tábuas deveriam
ficar dentro da Arca, no interior do Tabernáculo, como lembrança de que a lei
fora transmitida como estatuto perpétuo ao povo de Deus na Antiga Aliança. Um
detalhe importante é que estas "... tábuas de pedra também eram chamadas
de tábuas do testemunho (Êxodo 31:18), pois nos mostram os atributos de Deus
como sendo: zeloso, cuidadoso, fiel e verdadeiro. Ele é santo e justo".(1)
Observe o comentário de Andrade:
"As tábuas da lei foram colocadas dentro
da arca porque os mandamentos constituíam o regulamento da aliança de Deus com
Israel. A lei é a Palavra de Deus. Se já recebemos a Cristo em nossos corações,
nossa próxima providência deve ser a busca do conhecimento da Palavra de Deus,
a Bíblia Sagrada. Como escreveu Paulo: "A Palavra de Cristo habite
abundantemente em vossos corações. (Cl 3.16)(2)
2.
É verdade que o povo de Deus na Velha Aliança foi incapaz de cumprir os
preceitos divinos, em virtude do pecado arraigado à natureza do homem pela
queda de Adão, e ainda dada à própria natureza da Lei. Porém a Lei do Sinai,
era um "tipo", um "simbolismo" da lei interior prometida
pelo Senhor e que viria através do ministério do Filho de Deus em um tempo
posterior. Consideremos aqui as observações de Barrow:
"Os dez mandamentos nas duas tábuas de
pedras são a base da aliança de Deus com os filhos de Israel (Êxodo 19:5-7).
Eles estipulam quais são os justos requerimentos da lei, sem ajudarem aos
filhos de Israel a obedecê-los.
Em razão de os filhos de Israel não cumprirem
a parte deles neste concerto (visto que era impossível, Romanos 8:3), Deus
prometeu fazer uma nova aliança, "Não conforme a aliança que fiz com seus
pais, ... porque eles invalidaram a minha aliança, apesar de eu os haver desposado,
diz o SENHOR (Jeremias 31:32).
Mas esta é a aliança que farei com a
casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo.
E não ensinará mais cada um a seu próximo,
nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me
conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes
perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados (Jeremias
31:33-34)".(3)
3.
Nesta Nova Aliança precisamos aprender a valorizar a Palavra de Deus em nossas
vidas. Certamente a ação dela em nós irá determinar o tipo de vida cristã que
levaremos. Ela certamente nos dará a direção certa para vivermos a vida em
Deus. Ela é viva e produz vida! Hb 4.12, "Porque a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração". Quando valorizamos a
Palavra, nossa comunhão com Deus cresce, nossa vida em Deus enriquece. Há
muitos textos nas Escrituras que nos mostram o supremo valor da Palavra de Deus
na vida daquele que é Seu servo:
a)
Sl 1.1-3, "1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos
ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei
medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo
quanto ele faz será bem sucedido". Note que a expressão "o seu prazer
está na lei do Senhor" que designa muito bem o que o salmista achava da
Palavra de Deus. É preciso trocar o prazer das companhias humanas e dos valores
passageiros, pelo prazer do contato diário com a Palavra. O homem que tem
prazer em ler e meditar na Palavra de Deus, certamente prosperará em seu
caminho – "tudo quanto fizer prosperará". Este foi o segredo de José,
no Egito – "O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava
na casa de seu senhor egípcio", Gn 39.2.
b)
Sl 119.105, "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para
os meus caminhos". Neste exemplo, o salmista afirma que a única direção
segura para a vida está na observância da Palavra de Deus. Sabemos da
importância da luz para iluminar as trevas. Com toda certeza, somente a Palavra
de Deus pode iluminar o nosso caminho, nos mostrando as armadilhas e artimanhas
do diabo o Príncipe das Trevas. Quando temos a Palavra de Deus como condutora
em nosso caminho, ficaremos livres de muitas decepções, enganos, erros, que
certamente marcam a existência de muitas vidas que caminham sem rumo!
4.
Sim, precisamos beber da Palavra de Deus! Ela precisa "habitar ricamente
em nós", para podermos ser transformados à imagem de Cristo.
II. O MANÁ – PROVISÃO DE DEUS
1.
O maná (Nm - man) foi o alimento dado por Deus durante a caminhada de quarenta
anos de seu povo pelo deserto, Êx 16.14-15, "14 E, quando se evaporou
o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e
semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra. 15 Vendo-a os filhos de
Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era.
Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento". Dt
8.3, "Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o
maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender
que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR
viverá o homem".
2.
Sabemos que o alimento material, o pão nosso de cada dia, constitui-se uma das
maiores preocupações do homem. Esta preocupação é citada por Jesus quando o
Senhor fala das ansiedades e preocupações humanas: "Por isso, vos digo:
não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber;
nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que
o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?, Mt 6.25. Calcula-se que
pelo menos 30% da população mundial vive em condições altamente precárias
sofrendo os horrores da fome. Quando falamos de maná, não estamos falando
apenas de alimento material, embora ele tenha sido dado com esta função, mas
estamos falando também do alimento espiritual, da provisão de Deus para seus
filhos. Veja as observações de Barrow:
"Maná era o alimento que descia de Deus
diariamente para sustento dos Israelitas no deserto durante os quarenta anos da
jornada para Canaã. A maneira que ele era enviado exigia da nação de Israel o
desenvolvimento de autodisciplina. O maná somente chegava de manha cedo com o
orvalho (Êxodo 16:13-14). Quando o sol surgiu, ele teria evaporado (Êxodo
16:21). O maná tinha de ser colhida diariamente, qualquer sobra criava bichos e
cheirava mal (Êxodo 16:20), e eles deveriam colher uma porção dobrada no sexto
dia, pois não seria enviado no sábado (Êxodo16:22-27). Era chamado Maná, porque
em Hebraico isto quer dizer: ‘o que é isso?’. Parecia semente de coentro e seu
sabor era como bolos de mel (Êxodo 16:31). O Senhor ordenou a Moisés para que
enchesse um ômer com Maná e o guardasse como memorial para as gerações futuras,
para que vissem como Deus alimentou os Israelitas no deserto (Êxodo 16:32-33).
Este é o Pote de Ouro com Maná "escondido", que ficava no Tabernáculo
(Ap 2:17)".(4)
Note
ainda o comentário de Andrade:
"Este foi o alimento que Deus enviou
para o povo no deserto, ao qual chamavam de "pão do céu". No
evangelho de João, capítulo 6, o próprio Jesus se compara ao maná, dizendo:
"Eu sou o pão que desceu do céu." Para que a presença de Deus possa
estar na vida de qualquer pessoa, o primeiro passo é receber o Senhor Jesus
como Salvador. Não existe outra maneira de se estabelecer a aliança com Deus.
Não há nada que alguém possa fazer para se aproximar de Deus, a não ser por
meio de Jesus Cristo. Assim como o maná sustentou o povo no deserto, Jesus é o
sustento para as nossas almas. Só nele a alma humana encontra sua plena
satisfação".(5)
3.
Quando Jesus foi tentado pelo diabo no deserto, o tentador sabendo que o mestre
estava sem comer há quarenta dias, sugeriu que Ele transformasse pedras em
pães: Mt 4.3, "Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és
Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães". Pela resposta
do Senhor, percebemos que embora o pão seja essencial, o alimento mais
importante para o homem é a Palavra de Deus: "Jesus, porém, respondeu:
Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da
boca de Deus", Mt 4.4.
4.
O maná com toda certeza, é um tipo de Jesus: é o alimento que desceu e desce do
céu para o sustento do seu povo.
Jo 8.31-35, "31 Nossos pais comeram o maná no
deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. 32 Replicou-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do
céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. 33 Porque o pão de Deus é o
que desce do céu e dá vida ao mundo. 34 Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos
sempre desse pão. 35 Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que
vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede".
a)
Note que nesta passagem das Escrituras, o Senhor está fazendo uma comparação
entre o "maná", alimento dado para sustento do povo durante a
caminhada pelo deserto, e Ele próprio, que é o pão que desceu dos céus.
Lembre-se que da mesma forma que o maná descia do céu, Jesus também desceu do
céu, como alimento espiritual daqueles que o recebem como Senhor de suas vidas.
b)
Um fato importante a destacar é que o alimento material - "maná"
supria a necessidade do povo apenas por um dia e não podia ser guardado para o
dia seguinte: Êx 16:20, "Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, e
alguns deixaram do maná para a manhã seguinte; porém deu bichos e cheirava mal.
E Moisés se indignou contra eles". Já o "Pão do Céu" – Jesus,
nos alimenta para sempre: "Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da
vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá
sede", Vs. 35. Novamente temos Barow:
"A chave da resposta é o Pote de Ouro. O
Pote de Ouro iria durar para sempre. Ele era redondo, indicando a eternidade, e
de ouro, indicando ser ‘de Deus, divino’. O Pote de Ouro indica vida eterna.
Nossa vida necessita estar ‘escondida com Cristo em Deus’ (Colossenses 3:3) e nós
necessitamos conhecer ‘Cristo, que é a nossa vida’, o ‘zoe’ (Grego) vida
eterna (Colossenses 3:4). O Maná escondido foi um memorial de como Deus
sustentou Seu povo em uma situação impossível. Cristo é real, e disponível para
todas as pessoas em qualquer idade ou em qualquer circunstância. A questão é: o
quanto Ele significa para nós? O que fazemos enquanto desfrutamos de tempo e
energia para servi-lo? Também quando nós passamos por apertos e Ele nos
socorre, experimentamos seu suprimento de vida nestas ocasiões, é bom termos um
memorial para as futuras situações. ‘E a vida eterna é esta: que te conheçam, a
ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.’ Jesus ora
em João 17:3."(6)
5.
Jesus é o nosso "maná" espiritual, nosso suprimento diário e eterno!
III . A VARA DE ARÃO – O PODER DE
DEUS
"Essa vara era um pedaço de pau, galho
da amendoeira, usado, provavelmente, para conduzir o rebanho. Quando Deus quis
dar um sinal ao povo, fez com que a vara de Aarão, aquela madeira seca e velha,
produzisse brotos, flores e frutos. Isso é extraordinário!
Qual o significado da vara de Aarão para nós?
Poder de Deus, ação do Espírito Santo, de maneira que o impossível acontece e
maravilhas se realizam. É o poder da ressurreição. Aleluia! O sinal da vara de
Aarão nos mostra a ação de Deus quando já se pensa que é tarde demais.
Se já recebemos o Senhor Jesus e já temos
adquirido o conhecimento da Palavra de Deus, busquemos ainda ... o enchimento
do Espírito Santo. Dessa forma, nossa vida cristã não se resumirá em fé e
palavras, mas em manifestação do poder de Deus" (Anísio Renato de
Andrade"(7)
Outro
comentário importante nos vem de Champlin:
"Essa vara apresentou botões, floresceu
e deu amêndoas, (Ver Num, 17:8). Esse objeto estava associado à arca, e talvez
tivesse sido guardado em seu interior, ou posto na frente da mesma, como
lembrete sagrado do poder divino sobre o mal. Alguns estudiosos pensam que
serve de tipo de Cristo, em seu ‘sacerdócio florescente’. Baal Hatturim. em Nm,
17:5, empresta ama idéia sacerdotal a esse item, Cristo é a ‘raiz que saiu de
terra seca’, que é idéia correlata àquela em que uma vara evidentemente sem
vida repentinamente voltou a dar fruto (ver Is 53:2). (Ver também Nm 17.1-10
quanto à história da vara que floresceu, e que determinou quais eram os
sacerdotes autênticos).(8)
3.
Este exemplo da Vara de Arão que floresceu, nos mostra como Deus pode dar vida
à morte! Em Deus não somente a vida nasce da morte, mas esta "vida"
gerada na "morte", se torna altamente produtiva. Falando
figurativamente sobre sua morte, que iria produzir vida em abundância, veja as
palavras de Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito
fruto", Jo 12.24. Certamente, através de sua morte, Jesus pode
gerar muitos filhos de Deus, Hb 2.9-10, "9 vemos, todavia, aquele
que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do
sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de
Deus, provasse a morte por todo homem. 10 Porque convinha que aquele, por cuja
causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles".
4.
Hoje, através da evolução científica, podemos ver o homem manipulando a vida a
seu bel prazer, através de inseminações artificiais, de bebês de proveta, dos transgênicos,
dos clones, etc.. Porém não temos ainda qualquer registro científico que nos
mostre uma vara seca brotando, ou um morto de quatro dias, como no exemplo de
Lázaro, ressuscitando. A ciência não pode gerar vida a partir da morte. O que é
seco, continuará sendo seco; o que é morto, continuará sendo morto. A matéria
sem vida certamente se decomporá e desaparecerá da face da terra, ainda que
esta decomposição possa durar um milhão de anos! O único que pode produzir
vida, é o Deus da Vida, o Todo-Poderoso! Nos é importante aqui destacar o
comentário de Barrow:
"Uma vara de cada uma das cabeças das
doze tribos foi marcada com os respectivos nomes das tribos e colocadas diante
de Deus, perante a Arca do Testemunho (Números 17:4). Quando Moisés retornou no
dia seguinte, a vara de Aarão havia florescido, produzira flores e brotara
renovos e dera amêndoas maduras. Deus instruiu Moisés a colocar a vara de Aarão
novamente diante do testemunho, "para que se guarde por sinal para os
filhos rebeldes"; a fim de prevenir contra futuras murmurações e mortes
(Números 17:10).
Isto é a história do Velho Testamento. A
aplicação dela está em João capítulo 11. Lázaro, o amigo de Jesus está
seriamente enfermo. Jesus amava eles: Lázaro, Marta, e Maria, mas não foi vê-lo
imediatamente, esperou ainda dois dias. Isto causou muitos murmurações e
discussões. Os próprios discípulos eram os primeiros a murmurar e discutir,
especialmente quando Jesus (sem ter sido avisado por ninguém) anunciou que
Lázaro adormecera (João 11:11, 14). Marta, Maria e os enlutados eram os
próximos a murmurar e discutir. Marta não podia esperar para dizer a Jesus o
que ela pensava, ao encontrar Jesus pelo caminho. Maria foi menos direta, mas
ainda assim fez a mesma observação que Marta: "Senhor, se tu estivesses
aqui, meu irmão não teria morrido" (João 11:21, 32)".(9)
4.
Outro detalhe relacionado ao milagre produzido pelo Criador na vara de Arão nos
aponta para os impossíveis. Quando não há nenhuma possibilidade de qualquer
ação do homem é que Deus entra e age para demonstrar o seu grande poder
realizador de milagres e prodígios. Podemos ver muitos exemplos na Palavra de
Deus quando "impossibilidades" tornaram-se
"possibilidades". Porém queremos destacar apenas dois deles:
a)
A passagem pelo Mar Vermelho, Êx 14. 6-16, 21-22, "6
E aprontou Faraó o seu carro e tomou consigo o seu povo; 7 e tomou também
seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre
todos eles. 8 Porque o SENHOR endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para
que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram
afoitamente. 9 Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó,
e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao
mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom. 10 E, chegando Faraó, os
filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles,
e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. 11 Disseram a
Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que
morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito?
12 Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os
egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto.
13 Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o
livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes,
nunca mais os tornareis a ver. 14 O SENHOR pelejará por vós, e vós vos
calareis. 15 Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de
Israel que marchem. 16 E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e
divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 21
Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o SENHOR, por um forte vento oriental
que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e
as águas foram divididas. 22 Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em
seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda".
b)
O cego de nascença, Jo 9.1-7, "1 Caminhando Jesus, viu um
homem cego de nascença. 2 E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou,
este ou seus pais, para que nascesse cego? 3 Respondeu Jesus: Nem ele pecou,
nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. 4 É
necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite
vem, quando ninguém pode trabalhar. 5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do
mundo. 6 Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o
aos olhos do cego, 7 dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer
dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo".
5.
Temos um Deus que age quando tudo está seco, sem vida! Ele é capaz de colocar
vida em uma vara seca! Ele pode dar um novo sabor à tua vida!
BIBLIOGRAFIA:
ANDRADE, Anísio Renato de. Artigo "A Arca da
Aliança". anisiora@mg.trt.gov.br .
BARROW, Martyn. Artigo "A Arca da
Aliança". http://www.domini.org/tabern.
martyn@domini.org. Tradução: Pastor
Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02). Calvin G.
Gardner 03/02.
BÍBLIA ONLINE. Sociedade Bíblica do Brasil. Versão 2.01.
1999.
CHAMPLIN, Russel Normam. "O Novo Testamento
Interpretado". Sociedade Religiosa "A VOZ BÍBLICA".
Guaratinguetá-SP.
NOTAS:
(1) ANDRADE, Anísio Renato de. Artigo "A
Arca da Aliança". anisiora@mg.trt.gov.br
.
(2) BARROW, Martyn. Artigo "A Arca da
Aliança". http://www.domini.org/tabern.
martyn@domini.org. Tradução: Pastor
Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina
Gardner (02/02). Calvin G. Gardner 03/02.
(3) BARROW, Martyn. Op cit.
(4) BARROW, Martyn. Op cit.
(5) ANDRADE, Anísio Renato de. Op. cit.
(6) BARROW, Martyn.
(7) ANDRADE, Anísio Renato de. Op cit.
(8) CHAMPLIN, Russel Normam. "O Novo
Testamento Interpretado". Sociedade Religiosa "A VOZ BÍBLICA".
Guaratinguetá-SP. Vol. V, pág. 578.
(9) BARROW, Martyn. Op cit.